Bergson e Kant: o problema do tempo e os limites da intuição

vol. 40, n. 2 (2017) • Trans/Form/Ação: Revista de Filosofia da Unesp

Autor: Aristeu L. C. Mascarenhas

Resumo:

 Este texto tem por objeto a análise da intuição, das especificidades das definições bergsonianas e suas distinções em relação à visão moderna, sobretudo da doutrina kantiana, buscando mostrar os pontos de rompimento e avanço de Bergson em relação a essa concepção. O que se nota, em um primeiro momento, é como a obra de Bergson está de certo modo intimamente ligada a alguns temas clássicos da teoria do conhecimento já amplamente trabalhados na obra de Kant, razão pela qual esse autor está presente desde o início de seu pensamento, desde o Ensaio sobre os dados da consciência, estendendo-se mesmo por quase todo o conjunto de sua obra. De fato, se se abordar os textos de Bergson pela sua referência à história da filosofia, será Kant, sem dúvida, que aparecerá como seu grande interlocutor; na maior parte das vezes como contrapondo a uma crítica que pode ser estendida a toda tradição filosófica, sobretudo àquela que teria subjugado a metafísica aos métodos e orientações da ciência. É natural, com efeito, que o autor da Crítica da Razão Pura surja como personagem importante na obra de Bergson. O pensamento de Kant está assentado em um momento importante quanto aos “rumos” da filosofia, especialmente no que diz respeito ao alcance da metafísica. E, se Bergson expressara, em sua doutrina, todo um esforço para reaver o lugar de direito da metafísica, ampliando mesmo, para além dos limites da análise científica, seu alcance, é certamente Kant que ele haveria de encontrar em suas investigações.

ISSN: ISSN: 0101-3173

Texto Completo: http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/transformacao/article/view/6919/4452

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