MUNDO REAL E MUNDO IDEAL EM ROUSSEAU: DA NECESSIDADE DA FICÇÃO PARA PENSAR O POLÍTICO
vol. 38, (2015) Número Especial • Trans/Form/Ação: Revista de Filosofia da Unesp
Autor: Maria LEONE
Resumo:
A hipótese desenvolvida nos leva a confrontar três textos do corpus rousseauísta: o Segundo Discurso, Júlia ou A Nova Heloísa e o extrato do Primeiro Diálogo, em que há a ficção do mundo ideal, textos que, apesar do seu estatuto genérico diferente, estão em coerência e convergência teórica. Desejamos evidenciar um aspecto da unidade problemática do pensamento de Rousseau concernente à abordagem crítica da sociedade de seus contemporâneos e sua concepção do papel das Letras e dos Espetáculos. A preocupação do filósofo é de refundar a natureza humana, a fim de lançar as bases de uma nova organização social. Nessa empreitada, a ficção desempenha um papel crucial, o prefácio do Segundo Discurso o comprova: para bem conhecer o homem atual, deve-se supor o que ele não é mais. O homem do estado de natureza, ser de ficção, cujas paixões são retas e naturais, é o modelo teórico que reativa a sociedade dos seres ideais de Júlia. Dessa forma, a ficção é chamada a desempenhar um papel referencial fundamental para o pensamento social e político de Rousseau, aparecendo como um poderoso meio de ação sobre o público. O romance pode reeducar os povos corrompidos, pois, assim como o teatro, como denuncia a Carta a d’Alembert, possui os meios para perverter uma sociedade tida como virtuosa.
ISSN: ISSN: 0101-3173
Texto Completo: http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/transformacao/article/view/5376/3745
Palavras-Chave: Ficção literária. Mundo ideal. Estética. Polí
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