Em entrevista a Anpof, Ailton Krenak convida a comunidade filosófica a pensar as confabulações “marginalizadas” que fogem a razão e a lógica da filosofia tradicional

Na próxima sexta-feira (14/10) às 9h da manhã, o conferencista, pensador e ambientalista indígena Ailton Krenak participará do último dia de atividades do XIX Encontro Anpof. A conferência é uma das muitas atividades que compõem a programação desta edição.

Em entrevista inédita concedida a Érico Andrade, integrante da atual gestão da diretoria da Anpof, Krenak convida a comunidade a pensar e ampliar o entendimento deste campo, fazendo uma análise crítica da filosofia como a conhecemos, da “tradição filosófica”. Ele coloca em questão a “distinção entre a tradição filosófica e as confabulações que constroem as formas ameríndias de experienciar o mundo e viver a floresta”.

Krenak afirma não estar interessado em ser chamado de filósofo ou na história da filosofia que vem “desde os gregos”. O seu interesse é voltado aos que desde sempre foram marginalizados e deixados de lado pela forma como estabelecem a construção do pensamento. “Eu venho de um universo de seres que fabulam”, ressalta.

Ailton Krenak traz à tona questionamentos acerca da unilateralidade do pensamento e do estabelecimento de uma única vertente filosófica. Para ele, os filósofos “ficam querendo catequizar o mundo, homogeneizar o mundo, monoculturar o mundo.” Com isso eles acabam deixando de lado outras vozes, “não tem preto nessa conversa e nem índio”.

Esses aspectos e muitos outros serão discutidos na sexta-feira, finalizando mais uma edição do Encontro Anpof, a 19° edição.

A entrevista pode ser acessada no site da CartaCapital. Já no no site institucional da Anpof está disponibilizada a versão na íntegra.

 

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